Thursday, March 15, 2012

Minuto a minuto: Sessão de abertura do FLM

19h03: Alguns livros da escritora estão à venda no foyer do Teatro Baltazar Dias, para que o prazer de descobrir Agustina possa ser continuado no silêncio da leitura.

19h02: Boa sessão de abertura. Sala cheia (cerca de 150 pessoas), um óptimo espaço e uma bela homenagem a Agustina Bessa-Luís.

19h02: O Festival regressa amanhã, com a primeira mesa redonda.

19h01: Fim da excelente intervenção de Inês Pedrosa. Aplausos do público.

19h01: É sem dúvida uma escritora de dimensão internacional. Pena que Portugal não tenha sabido divulgá-la em todo o mundo. Leiam-na.

19h00: António José Saraiva: Agustina é o segundo milagre do século XX português, depois de Fernando Pessoa.

18h59: Muitas das suas crónicas estão por publicar, espero que por pouco tempo.

18h57: As suas recorrentes considerações sobre a emancipação das mulheres só aparentemente são conservadoras.

18h56: Há uma alegria, uma alegria do mundo. Este é o seu dom. Maravilha e maldição que parece nascer pronta. Uma disciplina do optimismo que se lança sobre a vida. Podemos discordar dela, mas nunca saímos dos seus livros sem sermos contagiados pela sua inteligência.

18h55: Agustina sempre foi capaz de escrever sobre todos os temas e confere a todos os temas o mesmo grau de dignidade.

18h55: A sua última intervenção política, para espanto de muitos que a arrumam na prateleira da direita,  foi a favor da Interrupção Voluntária da Gravidez.

18h54: Disse muitas vezes que se não fosse escritora seria uma grande política, talvez primeira-ministra.

18h53: "Aquilo que mais gosto no Judeu é a Incerteza apaixonada", dizia Agustina.

18h53: "A vida é feita de arrumações que não são nossas", escreveu Agustina.

18h52: No mundo de Agustina, o tempo é o menor dos escultores.

18h51: Sobre um estilo que só na aparência é clássico, a autora estilhaça todas as convenções da criação de personagens e do desenvolvimento da acção.

18h49: Era consciente que os casamentos se mantêm no equilíbrio entre confiança e paixão. É preciso dedicação.

18h48: Casaram sozinhos, sem a presença dos pais dos noivos, Alberto Luís, que não eram a favor daquela precipitada relação. Viveram um amor feliz.

18h47: Aos 20 anos, decidiu tomar em mãos o seu próprio destino: pôs um anúncio no jornal pedir encontro com um homem inteligente e sensível.

18h47: E gostava também de filmes. Ocorreu-lhe casar com Orson Wells. Mas desistiu quando soube que ele tinha acabado de casar. Nunca fui de destruir casamentos, dizia.

18h46: Como todas as meninas quis ser bailarinas. Mas de cabaret.

18h45: Aceitou o catolicismo da mesma forma que aceitaria o islamismo se tivesse crescido no mundo muçulmano.

18h44: Teve sempre com Deus uma relação cautelosa.

18h43: A mãe justificou o acto com a maior fortuna da filha: a inteligência. E Agustina sempre preferiu o conquistado ao dado.

18h43: Um avô paterno deixou-lhe uma grande fortuna num testamento que a mãe rasgou.

18h41: Pai tão terno quanto distante.

18h40: Recordação da biografia da escritora. Em pequena, lia muito. Não se destacava entre as colegas que tinham melhores notas, menos em português.

18h40: Agustina parece sempre ter sabido viver dentro e fora do tempo, numa espécie de laboratório científico da alma.

18h39: Abre-se ao acaso qualquer livro de Agustina e encontramos sempre uma frase que nos toca. O génio de Agustina está na capacidade de criar instalações estética de grande arrojo.

18h38: Não é por acaso que os nossos maiores cineastas se interessam pelos seus romances. As suas personagens convocam esse poder das imagens inesquecíveis.

18h37: Um ensaio potente sobre Portugal e os portugueses. Uma reflexão lúcida sobre as motivações profundas e as escolhas políticas da humanidade. É sempre de relações humanas que nos fala. Do desespero mas também da alegria do mundo.

18h36: De livro para livro a mão foi-se tornando mais leve, a escrita mais certeira. Os seus últimos romances usam uma linguagem cada vez mais transparente e rápida, como se conhecesse um atalho para a verdade.

18h35: Agustina: uma pensadora de todas as coisas por pensar.

18h35: "Escrevo para desiludir com mérito", dizia Agustina.

18h34: "Escrevo para incomodar o máximo de pessoas com a maior inteligência".

18h34: Só os títulos já são todo um programa.

18h33: Agustina começa sobretudo por um olhar, um luminoso olhar de raio X. Que começa por uma paixão pela alma humana, com um humor libertino e uma paixão cristã.

18h32: "Desde criança que não causo uma impressão amigável", como reconhecia. Isto porque é inesquecível.

18h31: Agustina caça esse lugar de todos os lugares que é o desespero humano. O desespero maquilhado em festa. Por isso gostou tanto de frequentar festivais e festas. Não só artísticos. Recordo uma crónica sobre cardiologia. São microcosmos práticos do teatro humano.

18h30: A sua intervenção, de facto, foi sempre da ordem do milagre. Agustina não sabe escrever mal. E sabe escrever bem. Escrever bem é ter algo para dizer e saber dizê-lo com frases que se nos cravam na pele.

18h30: Agustina teve sempre uma capacidade rara de se dizer em verdade. "Eu sou uma virtuosa. Espero quando morrer poder começar a fazer milagres", dizia a Agustina.

18h29: Tudo o que Agustina não disse sobre si mesmo está nos seus livros.

18h29: A literatura é um ilha de amores e desastres, como todas as ilhas.

18h29: O que trata este livro é o sentimento insular que se instala no uso da saudade.

18h28: Celebremos do romance sobre a Madeira. Um romance feminista, talvez de forma mais clara do que em outros livros.

18h27: Fanny Owen devia ser a introdução escolar da Agustina. Os seus livros exigem alma, mas não pergaminhos académicos. São difíceis, mas podem usar-se como missais inquietantes.

18h26: A escritora amou tanto esta ilha que lhe dedicou um dos mais belos romances, A Corte do Norte.

18h26: A ilha secreta de Agustina, título da conferência.

18h25: "Camaradas de escrita. É uma expressão que devia ser recuperada".

18h24: "Aqui, no Festival Literário da Madeira, ouve-se falar em crescer e sonhar e ir mais longe. Isto é muito bom".

18h23: Conferência de Inês Pedrosa.



18h22: Fim da reportagem. Aplausos do público.

18h20: "A minha mãe tinha um gato que se punha em cima das sanefas e que atacava as pessoas de quem não gostava. Era como ter uma fera dentro de casa. Havia sempre esta relação da minha mãe com os gatos muito intensa, quase felina" (Mónica Baldaque).

18h18: "Nos inéditos, aparecem romances de uma página." (Alberto Luís).

18h15: "Vejo um papel em branco e apetece-me escrever" (Agustina Bessa-Luís)

18h14:


18h11: Projecção da reportagem de Maria João Costa e Joana Beleza, da RR, sobre O Mundo de Agustina Bessa-Luís.

18h10: Intervenção de Teresa Brasão, directora do Teatro Baltazar Dias.

18h09: A cultura é bela, é beleza, mas também riqueza económica. Quem não entende isto não é uma pessoa culta. Quero abrir este Festival celebrando a Cultural, algo onde se pode ter esperança.

18h08: Pelo contrário, o investimento deve ser nessa área. Um cidadão instruído é um garante da democracia.

18h07: Quando se diz que a única solução é cortar na cultura, no ensino, tudo segue uma direcção errada.

18h06: Na Europa, só nos resta comprar ideias, porque tudo o resto é feito noutros continentes.

18h05: O Ocidente deve desenvolver um modelo económico diferente, assente nas indústrias culturais.

18h02: Intervenção de Francesco Valentini, da organização, sobre o tema de Economia e Cultura.

18h01: A poetisa convida os presentes para a sessão de poesia amanhã à noite.

18h00: Intervenção da italiana Donatella Bisutti, poeta e ficcionista.

17h59: Agradecimentos aos 23 escritores convidados, incluindo ao "melhor escritores chinês da actualidade". Para a organização, todas as primaveras "vai vir charters de leitores". Um festival para combater a austeridade.

17h58: "Este ano, o Festival Literário da Madeira tem mais dias, mais escritores e mais visitas a escolas".

17h57: "É possível olhar para a Madeira como destino Cultural e dinamizar a economia local".

17h55: Discurso de boas-vindas por Paulo Ferreira.

17h48:


17h45: A sala começa a compor-se, depois de um compasso de espera.

17h44: Tudo a postos no Teatro Baltazar Dias, no Funchal, para a Sessão de Abertura do Festival Literário da Madeira.

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