13h05: Termina a sessão.
13h04: Propaganda também é necessária, sobretudo se se vive num regime ditatorial, que deve ser combatido.
13h03: O poeta é um cidadão. Mas a sua luta é consigo. Se ele fala com o Estado faz propaganda. O poeta é íntimo, interior.
13h02: Pergunta do público. Para Wallenstein. A liberdade, apesar de um lugar comum, não deverá ser mais falada?
13h01: A primeira revolução do poeta deve ser a da palavra.
12h57: É preciso lutar contra a repetição do olhar, os hábitos da percepção.
12h57: Um poeta tem de lutar sempre. Mas não sinto que um poeta consiga lutar contra o poder económico e político, sem antes lutar contra o seu verdadeiro inimigo, a realidade.
12h56: A vez do italiano Francesco Benozzo.
12h53: A poesia pode mudar a vida?, repito. Eu estava no terceiro ano do curso de medicina e tive uma crise. Li um livro, Fanny Owen. Conheci outras pessoas. Apaixonei-me. A literatura mudou a minha vida.
12h52: Inglês e italiano. Fernando Pinto do Amaral fala em qualquer língua.
12h51: Para mim, a arte esta sempre associada à inquietação.
12h49: o que me parece importante na violência, é transformar as suas raízes. Sempre que se escreve arte, há tensão. Numa ideia para um poema, contos, para a vida, alguma tensão é muito importante. Numa tranquilidade ou felicidade plena parece que não ha necessidade da escrita.
12h48: Como a poesia pode mudar a nossa vida? Somos Outros quando escrevemos. É fundamental escrever esse Outro.
12h45: Chega a vez de Fernando Pinto do Amaral.
12h42: Um poeta precisa de encontrar o seu caminho, entre o caos.
12h41: Foi um rasgão. Um murro. E depois veio a Guerra Colonial e eu fugi para França.
12h40: Mostrei as peças ao Bernardo Santareno, que me perguntou: já leu Herberto Helder?
12h38: Escrevi aos 18 anos as minhas primeiras peças, também marcadas pelo Sartre e o existencialismo. Personagens sentadas à procura de saída.
12h37: O que me apareceu primeiro foi o teatro. Porque a Nazaré era uma cenário, os barcos a voltarem-se e os pescadores a desaparecerem. As pessoas aos gritos.
12h36: Para mim, o importante foi abri-me, encontrar palavras. Como falar sobre a minha infância, sobre estas mortes? Com uma avó vestida de negro porque o filho se suicidou do sítio da Nazaré. E ela fala com ele, com o filho morto.
12h35: Cresci numa praia de grande violência, a da Nazaré, onde naufragavam muitas pessoas. Toda a minha infância foi um olhar sobre a tragédia. Imagine uma criança hoje na Síria, a olhar para o que se está a passar. É muito diferente, porque não havia sangue. Era uma tragédia silenciosa. E aí ou nos fechamos ou nos abrimos.
12h34: É dizer o que não está visível.
12h34: "O poeta procura respostas a perguntas não feitas". A poesia para mim não é o espelho da realidade. Não é dizer o que está visível.
12h33: A palavra com Jaime Rocha. Agradecimento. Espero que daqui a seis anos me convidem para outro festival, já que estive cá há seis anos.
12h31: O que eu amo é a paixão poética. Questionamo-nos. Não somos perfeitos. Representemos a humanidade. E quando questionamo-nos construímos algo muito mais profundo. A poesia é um professor.
12h29: Somos antigos e contemporâneos, estamos sempre no mesmo ponto.
12h28: Eu sou o Outro, na cultura Ocidental.
12h27: Sou um dissidente do governo chinês, mas não da língua chinesa.
12h26: Um poeta antigo chinês fez um poema com 200 perguntas, desde o início dos tempos. Cada perguntas mais profunda que a anterior. É essa a minha imagem de poeta.
12h25: Poesia não é só para mudanças. É o que faz com que o nosso barco fique estável. A poesia procura perguntas e respostas.
12h23: Como é que a poesia pode mudar a nossa vida. A vida tem mudado muito rapidamente. Ficámos contente com o fim da Guerra Fria, mas depois tivemos o 11 de Setembro e ainda há pouco tempo um massacre na Noruega.
12h22: Os poetas sentem sempre a mesma dor. Não só sobre a sua história, mas de toda a história da humanidade.
12h21: Passa a palavra para a chinês Yang Lian, poeta exilado.
12h18: A moderadora pergunta se a poesia pode influenciar a política. Ele diz que sim. Que foi para a política para procurar um fim. Humanizar. É tão importante a cultura como uma defesa de cada um de nós. Só assim poderemos construir uma sociedade melhor e defender-nos dos objectivo de tirania.
12h17: É por isso que a minha poesia é feita de amor e de paz e eu estou muito contente com isso.
12h16: A poesia deve transmitir uma certo ambiente de paz. Tem de nos conduzir a outros caminhos, porque a vida é uma passagem. Quem tem experiência da vida sabe o que a palavra consegue.
12h15: A poesia tem de criticar o que deve ser criticado, mas usá-la para a violência não me parece bem.
12h14: Conta uma história. De um poema que escreveu e que está fixado na cidade velha. E foi lido por uma senhora que pensava suicidar-se. Aquelas palavras salvaram a sua vida.
12h13: A vez de João Carlos Abreu. A palavra é capaz de matar e resuscitar uma pessoa. A poesia é liberdade. Uma mensagem que queremos transmitir aos outros. Nem que seja uma palavra de esperança.
12h11: Todos sentimos fome, raiva e transformo noutra coisa. Digo sempre: cospe o sumo dessa violências e faz dela outra coisa.
12h10: E é tudo. Mas a moderador insiste. Na série poemas sobre Tony há muita violência. Como é que fala contra a violência?
12h09: Além disso, a missão do poeta é violentar a linguagem, violência de uma forma muito apelativa, nada negativa.
12h08: Num tempo de violência é muito difícil afastá-la poesia. É mais difícil falar directamente sobre a violências. Há muitos lugares comuns.
12h07: Liberdade para mim é ter uma tarde livre. É mais interessante falar de Violência e poesia.
12h06: Começa Wallenstein, que não quer falar de Liberdade. Porque Liberdade tem sido um disfarce para a guerra. O meu país, diz, ou ameaça a liberdade ou vai para a guerra em nome dessa palavra.
12h04: A moderadora faz as apresentações e sublinha as relações da poesia com o poder.
12h03: Ideias chaves: Desaparecida das livrarias, será que a poesia ainda é o que era ou já não somos um país de poetas? Que qualidade tem a poesia no país dos poetas sem qualidades?
12h02: Participantes: Barry Wallenstein, Fernando Pinto do Amaral, Francesco Benozzo, Jaime Rocha, João Carlos Abreu, Yang Lian e moderação de Donatella Bisutti.
12h01: Tema: Éramos violentos e não sabíamos.
12h00: Tudo pronto para a Mesa 3 do Festival Literário da Madeira.
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